12 de jul. de 2016

inaderente

Imagem de pool, summer, and beach

Agora olho pra trás e percebo todas as chances que desperdicei. Lembro-me de todas as vezes que eu deveria ter ido, mas não fui. Preferi ficar no meu canto, fingindo mexer no cabelo e reparando em ti só quando você não estava olhando. Coloquei a culpa na timidez, mas agora vejo que era medo e eu só não queria admitir isso. Tinha medo de ser amor de verdade e hoje tenho mais medo ainda de que realmente fosse isso. E se você for a porcaria do amor da minha vida? Como vou viver sabendo que lhe deixei ir? Perdi a minha maior chance de ser feliz do lado de outro alguém. E o pior nisso tudo, é que não vou ter mais ninguém para culpar se não eu mesma. A culpa não foi sua. Foi minha. Desde aquele dia em que você me puxou mas eu não te beijei. Deveria ter sido mas não foi. E a culpa? Minha. Você chegava perto e eu saia quase que correndo. Tremia na base. Enrolava as palavras. Dava risinhos nervosos. Nunca sabia o que te dizer e acabava falando o que não devia. Encontrava com você nos corredores e fingia que não te via. Me produzia toda para os lugares que eu tinha certeza que você estaria mas ficava só na vigia. Tentava chamar sua atenção, mas quando você vinha, eu corria. Chegava em casa, me arrependia. Então prometia a mim mesma que na próxima vez seria diferente, mas nunca era. Confesso: minha coragem sempre fora inaderente.

a culpa foi de quem?

Imagem de art, blue, and cup

~ coletânea de textos antigos que escrevi e larguei por aí ~ 

Eu tentei evitar. Juro que tentei. Mas meus dedos coçaram e minha cabeça só me dizia pra abrir a porcaria desse programa e escrever outro texto que você nunca irá ler e eu sabia que como todo escritor, essa sensação não passaria enquanto eu não sentasse a bunda na cadeira e começasse a descrever mais uma vez aqueles sentimentos por você que, de vez em quando penso serem antigos e não mais existentes, então de repente, me pego pensando em um momento bom tipo aquela vez que você me olhou nos olhos e disse que me achava bonita, aí, eu sorrio toda boba e percebo que estes sentimentos na verdade nunca foram embora, eu só costumo escondê-los muito bem, inclusive de mim mesma. É que é tão complicado gostar de alguém que não deve nem lembrar mais de você. É só que você foi alguém tão especial pra mim e eu nunca fui nada para você. Nada, literalmente nada. Nunca fomos nem sequer amigos, e olha que eu tentei. Não foi por falta de tentativa e nem de oportunidade. Talvez a culpa seja do destino. NÃO! A quem eu quero enganar? A culpa foi toda sua. Foi você quem nunca deu bola pra mim. Foi você quem sempre preferiu as outras companhias. Foi você quem nunca puxou papo comigo. Foi você que não se esforçou o suficiente. Foi você quem quebrou a porra do meu coração. Foi você. É você. Sempre vai ser você, porque colocar a culpa em você é mais fácil do que admitir que talvez tenha sido eu quem nunca tentou o suficiente. Mas tu sabe, não leva pro lado pessoal não, é só meu jeito de ser, orgulhosa demais pra admitir que a culpa não foi toda tua.

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